Amanhã (28) será um dia histórico para a astronomia brasileira com o lançamento do primeiro satélite 100% nacional, o Amazônia-1. O foguete indiano PSLV-51 que levará o equipamento para o espaço partirá do Centro Espacial Satish Dhawan, em Sriharioka Andhra Pradresh, na Índia, às 1h54 (horário de Brasília).
Atualmente, outros dois satélites brasileiros de sensoriamento remoto já estão em operação: o CBERS-4 e o CBERS-04A, lançados em 2014 e 2019, respectivamente. Diferentemente do Amazônia -1, no entanto, ambos os equipamentos de exploração espacial foram desenvolvidos em parceria com a China, em uma proporção de 50% para cada país.
“O Amazônia-1 é o primeiro satélite exclusivamente brasileiro, tendo sido integralmente concebido, projetado, desenvolvido, integrado, testado, e em breve, operado pelo Brasil“, afirma a diretora substituta do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Mônica Rocha.
“A importância do feito passa por duas principais questões: a capacidade do Brasil de realizar uma importante tarefa de forma totalmente autônoma e de ter o domínio do ciclo completo de produção de um satélite desse porte — 640 quilos e 2,5m de altura —, o que coloca o país em um grupo de menos de 20 países com essa competência“, completa.
Isso inclui integrar, testar e acompanhar o lançamento, realizar as manobras iniciais para o posicionamento do Amazônia-1 na órbita correta, verificar o funcionamento adequado de todos os equipamentos e subsistemas, realizar a operação durante a vida do útil do satélite — que é de pelo menos quatro anos — e, por fim, promover sua retirada de órbita, ao término da missão.
Como funciona o satélite?
Segundo a diretora do Inpe, um satélite é composto de duas partes fundamentais: o módulo de serviço, que fornece as condições para a operação em órbita, e o módulo de carga útil, que realiza a missão. No caso do Amazônia-1, o módulo de serviço é a Plataforma Multimissão (PMM), que vem sendo desenvolvida desde 2001.
A PMM tem esse nome porque consiste em um módulo de serviço projetado para se adequar a diferentes configurações de cargas úteis, permitindo economias de prazo e custos no desenvolvimento de futuros satélites.
“No módulo de carga útil, temos a câmera óptica WFI, um subsistema de gravação das imagens geradas pela câmera e um subsistema para a transmissão desses dados para as estações de recepção em solo“, afirma. “Trata-se, portanto, de um sistema complexo, estabilizado em três eixos, com uma câmera óptica com excelente qualidade geométrica e radiométrica, desenvolvida única e exclusivamente pela indústria nacional.”
*com informações do Portal R7.