Dois pontos de ônibus localizados na comunidade de Ribeirão do Imaruí, interior do município de Imaruí, ganharam um colorido todo especial após a intervenção artística de um morador local. O aposentado João Batista Nicolau Fernandes, de 60 anos, pintou os abrigos de passageiros com desenhos que remetem a uma sala de casa, com direito a sofá, tapete e um quadro da parede.
Bastaram apenas esses dois pontos para que o trabalho de João Batista ganhasse repercussão. O novo visual dos abrigos tem feito sucesso até fora da cidade. “A recepção tem sido muito boa. O pessoal está gostando, param pra ver, tiram fotos. Tem várias pessoas de outros municípios elogiando também”, conta. Nas redes sociais, onde os moradores tem compartilhado imagens dos pontos de ônibus que viraram sala, muita gente tem parabenizado a iniciativa.
Vendo as estruturas descuidadas, ele quis dar uma nova cara para esses ambientes tão utilizados pelos vizinhos e também resgatar a relação dos moradores com o espaço público. “O nosso município está meio abandonado nos últimos anos. A ideia é mudar essa visão, animar. Cada ponto pintado, o pessoal e a comunidade se sentem mais valorizados. É uma coisa fácil de fazer e não dá muito custo. E dar também essa sensação de aconchego, de esperar o ônibus em um local que lembra uma sala”, explica João Batista.
A ideia surgiu após uma viajem a cidade de Canelinha, na Grande Florianópolis, onde viu um ponto de ônibus com a pintura. De volta a Imaruí, resolveu fazer o mesmo. A primeira “sala” foi “montada” em uma parada atrás de sua casa. Depois pintou outro abrigo do bairro. O trabalho é todo voluntário. No primeiro arcou sozinho com os custos, já no segundo contou com o apoio dos vizinhos para adquirir as tintas.
Nos próximos dias, um terceiro ponto de ônibus deve receber o trabalho de João Batista e uma nova sala ser instalada. O padre da cidade, Avelino de Souza, pediu para que ele fizesse uma pintura semelhante em um dos pontos no acesso do município. João conta que o prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa (PSL), também já o chamou para que a iniciativa se espalhe pela cidade.
João Batista não se considera um artista, mas uma pessoa curiosa que busca fazer bem feito os trabalhos que executa. Natural do município, ele se mudou ainda jovem para Joinville onde foi buscar trabalho. Lá viveu por 35 anos. Assim que se aposentou, voltou para a sua terra natal e está vivendo há cinco anos no Ribeirão do Imaruí. Com pequenos gestos, ou pinceladas, vem dando a sua contribuição para mudar o lugar onde nasceu.